
CONCEIÇÃO ASSIS

Nasceu e reside em Pouso Alegre - MG
Trovadora, poetisa e pintora
Formação Acadêmica
Licenciatura Plena em Letras - Português/Inglês
Bacharel em Direito
Licenciatura Plena em História e Geografia
Licenciatura em Pedagogia com Habilitação em Administração
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Letras — Ênfase em Literatura Contemporânea
Curso de Especialização em Direito do Trabalho, Processo do Trabalho, Processo Civil e Metodologia da Pesquisa
Cursos de Extensão e Aperfeiçoamento
1º Encontro Sul Mineiro de Professores de Português
2º Encontro Sul Mineiro de Professores de Português
Curso de Estágio de Prática Forense e Organização Judiciária
Curso de Aperfeiçoamento no Ensino de História
Curso de Contabilidade Geral e de Custos
Curso de Legislação de Custeio de Seguridade Social
Trabalho - Concursos
1979 a 1980 — INAMPS — Auxiliar operacional a serviços diversos (Pouso Alegre)
1980 a 1983 — INSS — Agente administrativo (Pouso Alegre)
1983 a 1997 — Fiscal de Contribuições Previdenciárias
1986 a 1994 — Orientadora de Aprendizagem de Português e Literatura do Ensino Médio (noite)
Premiações em Concursos de Trova e Poesia
A partir do ano de 1963 em todo o Brasil com diplomas, medalhas e troféus.
TROVAS
1.
Brigam nuvens na amplidão
caem lágrimas sentidas…
e o chão seco do sertão
reverdece em novas vidas.
2.
Meu ideal — vela acesa —
nenhum vendaval alcança,
pois tem por sua defesa
a redoma da esperança.
3.
No colo a filha do filho
pela avó é acalentada,
qual noite sem luz e brilho
a embalar a madrugada!…
4.
Um povo conscientizado,
na conquista do sucesso,
troca o canhão pelo arado
e a guerra pelo progresso.
5.
Não deixes que o tempo ido
te siga por onde vais;
passado é barco perdido
que à praia não volta mais!
6.
Da solidão, a certeza
vem me invadir por inteiro,
vendo um só prato na mesa,
na cama um só travesseiro…
7.
Ter sempre a palabra certa
e a mão em paz estender,
ter a mente bem aberta
- isso se chama viver.
(6º lugar - Ipatinga)
8.
Nesta inversão de valores
do nosso mundo, hoje em dia,
a arte de mais louvores
é a arte da hipocrisia.
(5º lugar - FARPA).
POEMAS
Se recordares
Quando sozinho em teu quarto ficares
Revivendo lembranças do passado,
A minha imagem põe em teus cismares
E lembrarás o quanto foste amado;
E se acaso, tu em mim pensares
Verás um vulto calmo, enamorado
Tão diferente deste que os pesares
Deixou tristonho, pela dor marcado.
Um vulto alegre, calmo, sorridente
É certo passará por tua mente
Pois foi essa a lembrança que ficou
E eu sorrirei sabendo-te enganado,
Pois me verá no espelho do passado
Bem diferente do que agora estou
Soneto
(Prêmio Almir Soares - 1970 - Campos - RJ)
No louco afã em busca de um carinho,
De olhos fechados, sem notar a dor,
Ignorando as urzes do caminho
Meu coração abriu-se para o amor;
Cheio de risos, não notou o espinho
De fina ponta, qual punhal traidor
Que veio disfarçado e de mansinho
Naquele beijo cheio de calor.
E o coração tão cheio de ilusão
Mergulhado na dor e na aflição
Nunca mais desejou ser sonhador
E na tristeza de um amor desfeito
Enclausurado dentro do meu peito
Meu coração fechou-se para o amor.
Ouve!
Queres veros de amor? Ouve, eu te dou,
Entremeados de saudade infinda,
Tu hás de lê-los numa noite linda
E pensarás em mim que longe estou
E então verás como te quer ainda
Este meu peito aonde a dor ficou…
O teu ligeiro amor cedo passou…
Esta amargura imensa nunca finda.
Queres versos de amor? Ouve, querido,
O que meu verso triste não te diz
Mas que devias ter compreendido:
O teu regresso é o meu maior desejo,
Quero em teus braços repousar feliz
Provando o mel do teu mais doce beijo!…
O que ficou…
Quantas ânsias incontidas
Quanto desejo contido
Quantos olhares perdidos
Num sonho louco e fugaz
Quanto esperança brotando
Quanto amor, quanta ilusão
Transbordando um coração
Roubando-lhe toda a paz.
E o tempo levando tudo
Deixando dor e desgosto
Profundas rugas no rosto
E cicatrizes no peito
Mostrando que tudo é nada
Levando sonho, esperanças
Deixando apenas lembranças
Do que jugou-se perfeito.
O carvão
O vento, meu velho amigo, me tira do chão
E me atira no ar…
Parece brincar me levando assim
Pela amplidão… Depois
Ele se vai e me deixa,
E, sem uma queixa venho caindo
E vou poluindo o meu caminho,
Pois sou carvão. Um pó fininho
De uma queimada perto da estrada.
Quem começou? Quem ateou?
Não sei… Não sei…
Há bem pouco tempo atrás fui uma árvore
De copa exuberante!
E o ventro sussurrante brincava de esconder
E ia se perder
Em meio às minhas folhas…
Na copa e na ramada,
Em bando a passarada
Vinha fazer seus ninhos.
E quando amanhecia, a mata toda ouvia
As vozes de alegria das aves em meu seio!…
Tudo era tão bonito até chegar o homem
E o fogo e o fim de tudo…
Fui vida e muita vida em mim multiplicou.
Meu galho fez o ninho,
Meu fruto alimentou.
E o homem veio… E o fogo…
E então tudo acabou.
O gen
Trago em mim toda a força de uma raça;
Trago em mim todo o Bem e todo o Mal!
Eu permaneço enquanto o tempo passa,
Numa cadeia que não tem final.
Eu sou Virtude, sou também Defeito,
Sou Beleza e Horror, sou tudo enfim.
Renasço a cada dia e já sou feito,
E perpetuo a vida dentro em mim.
A vontade de Deus me pôs na Terra
E vou passando pelas gerações…
Espalho a Paz, mas também faço a Guerra
Faço contraditórios os corações.
Sou a Esperança que nunca se esvai,
Carrego a Vida pelo tempo afora,
Sou o Passado que tão longe vai,
Sou o Futuro que começa agora.
(Pela Tese de Mestrado de minha filha).
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